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Tudo começou com um incômodo.

Aquela pulga atrás da orelha, aquele pensamento furtivo que vem até quando estamos no banheiro. Tudo começou com um incômodo, é isso. Certamente, não existiria o ferro de passar roupa se não antes houvesse o incômodo atazanando o juízo de algume virginiane que não suportava ver a roupa amassada. Coitadinhe! Ou não existiria o orelhão nos seus tempos áureos — anos 80 e 90 — graças ao incômodo da Chu Ming (Sim, foi uma mulher!) que só queria no final de contas fazer com que toda criança suburbana passasse aquele trote maroto para algum parente chatérrimo. Obrigada, Chu Ming!

O podcast Garganta! nasceu do incômodo. Ouvia podcast (graças ao Nando, vulgo meu boymagia) mas não encontrava podcasts mais voltados para literatura em formato de conversa com fazedores de cultura contemporâneos. Bater um papo só no bar não valia mais, já que a pandemia do covid-19 estava tomando conta do mundo. E aos poucos uma obsessão bem íntima tomou forma: a vontade de fazer registros. As duas habilidades que desenvolvi e que sou grata a profissão que escolhi, a biblioteconomia, é a organização e aquele feeling de registrar tudinho que é importante.

Mas como fazer um podcast decente com ZERO equipamentos e ainda à distância? Google pesquisar. Sim, literalmente. Joguei no famoso Google e não é que esse carinha entende das coisas? Mas não só de Google vive uma pessoa. Conversar com pessoas é muito importante. E é por isso que boto fé no papo que a AU manda sobre comunidade! Conversei com uma amiga que tem um podcast para entender como ela fazia aquilo acontecer. Conversei com outra amiga, depois outra e mais outra. Todas com temas diferentes dos quais eu queria abordar, mas foi de dica em dica que eu montei meu planejamento.

Planejamento montado, ufa! Agora a próxima etapa era arranjar money, grana, bufunfa para pagar a editora de som e arte do podcast. Optei por contratar mulheres para esses trabalhos. E deu tudo certo! Fizeram um preço maravilhoso, e ainda parcelado, porque só desse jeito eu podia naquele momento.

O podcast Garganta! naquele momento tinha um planejamento, uma editora de som e a identidade visual definida. Agora o lance todo era botar no mundão! E foi lindo, ein?!

Na segunda parte vou contar mais sobre os desafios e as felicidades dos 8 episódios da 1° temporada. E algumas questões técnicas importantes para exercitar a gargantaaaaaaa na podosfera. Vem que vem! 🚀

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